


Carreira
O início
A sua primeira equipe foi o BK Flaag, um time de bairro onde chegou com dez anos e que saiu aos treze, quando consegue assinar pelo grande clube da sua cidade, o Malmö, onde chegou ao ponto de pensar em abandonar o futebol depois de várias divergências com os treinadores.
Depois de uma breve passagem pelo Balkan, Zlatan ("dourado", em bósnio, e como ele prefere ser chamado - chegaria a usar seu prenome nas costas de sua camisa, em vez do sobrenome, nos primeiros dias de Ajax[5]) volta à sua antiga equipe com um novo contrato e com a determinação de acabar os seus estudos. Com 18 anos, chega à equipe principal e firma-se rapidamente, sendo o grande protagonista da volta do clube para a primeira divisão, na temporada 1999-00.
Arsène Wenger viu nele um jovem promissor e pediu sua contratação aos diretores do clube que treinava, o Arsenal, mas os dirigentes desdenharam.[9] Quem o contratou acabou sendo o Ajax.
[editar] Ajax
O então técnico do clube neerlandês, Leo Beenhakker, não hesitou em contratá-lo após vê-lo em jogo contra a Espanha, e a negociação de €8 milhões já fazia dele o jogador sueco mais caro da história.[6]
O processo de adaptação à competição da vida neerlandesa foi difícil. Era pouco aproveitado no começo em função de seu temperamento: em uma partida contra o Groningen, chegou a dar um soco no pescoço de um adversário, o que lhe valeu uma suspensão de cinco jogos.[6] Depois do fracasso que foi a sua primeira temporada nos Países Baixos, a imprensa desportiva sueca denominou-o "jogador mais sobrevalorizado". Talvez daí tenha começado sua notória péssima relação[5] com a imprensa de seu país.
Aos poucos foi se ajustando ao que o novo treinador do clube, Ronald Koeman, pretendia dele e finalmente ganhou seu espaço. A final da Copa dos Países Baixos de 2002, contra o Utrecht, consagrou Ibrahimović, ao conseguir marcar um gol de ouro aos três minutos da prorrogação e dar o título ao Ajax. Na mesma temporada, foi também campeão neerlandês. Zlatan melhorava jogo a jogo e não demorou muito para que grandes clubes europeus se interessassem pelo artilheiro. Sua saída em 2004, com outro título ganho na Eredivisie, seria um grande baque para o Ajax,[10] que não ganhou mais o campeonato nacional e ainda viu o rival PSV Eindhoven conquistá-lo quatro vezes seguidas.
Sua passagem pelo Ajax é lembrada também por aquele que é julgado como o gol mais bonito de sua carreira, onde fintou quatro jogadores adversários do NAC Breda (um duas vezes) e deixou o goleiro no chão antes de finalizar.[5]
[editar] Juventus
No Verão de 2003, a Roma, a pedido do então técnico Fabio Capello,[11] tentara contratá-lo, mas o Ajax ainda não estava disposto a cedê-lo. Depois de uma boa Euro 2004, onde marcou belíssimo gol de calcanhar contra a Itália, foi contratado pela Juventus (que contratara Capello), no último dia de mercado antes do início da temporada 2004-05, por cerca de €19 milhões e também graças a uma suposta intervenção do próprio atleta, que teria forçado sua saída do clube neerlandês.[5] As expectativas em torno de Ibrahimović, entretanto, eram que passasse a temporada na reserva dos astros Alessandro del Piero e David Trézéguet.
Beneficiando-se das lesões do último e desbancando o primeiro, Ibra foi além das expectativas,[9] sendo o artilheiro da Juventus na reconquista do campeonato, que na temporada anterior ficara com o Milan. Foi também eleito pelo jornal La Gazzetta dello Sport o melhor jogador da equipe na campanha[9] e tornando-se estrela mundial. Recebeu ainda uma proposta (recusada) do Real Madrid.[12]
Após a excelente temporada inicial, não foi tão espetacular na seguinte, frequentando o banco de reservas por problemas com o técnico Fabio Capello, marcando apenas seis vezes em 33 partidas;[13] ainda assim, adicionou um bicampeonato no currículo, título que fez da Juve ficar a um título da marca de 30 no campeonato, o que lhe permitiria ser o único clube com três estrelas na Itália (onde uma estrela simboliza dez Scudetti) - já era o único que possuía duas.
Ibrahimović na Inter, observado pelo então colega de equipe Mario Balotelli.
Entretanto, um escândalo de manipulação de resultados em favor da Juventus resultou na "cassação" dos dois títulos e no rebaixamento do clube à segunda divisão, onde até então jamais havia estado (era um dos dois clubes italianos que nunca haviam caído para a Serie B, ao lado da maior rival, a Internazionale).
[editar] Internazionale
Com o rebaixamento de seu time, Zlatan começa a negociar com o Milan, órfão do ídolo Andriy Shevchenko, recém-saído para o Chelsea.[14] Quando estava praticamente acertado com os rossoneri, entretanto, a rival Internazionale atravessou a transferência quase certa e o comprou primeiro,[15] juntamente com seu ex-colega de Juventus Patrick Vieira.
Indo para um clube que é igualmente rival de seu anterior, causou a fúria dos torcedores juventinos, ainda mais por a Inter ter herdado na justiça o último título dos bianconeri e tornado-se a nova força dominante do futebol italiano. O então técnico de seu novo clube, Roberto Mancini, concedeu a Ibrahimović a difícil missão de ser a estrela e o artilheiro da equipe de Milão no lugar de Adriano, que estava em fase conturbada.
Ibra na Internazionale.
Assim, Ibrahimović cresceu e se tornou um dos grandes jogadores do clube: foi campeão italiano com a equipe em 2007 e, enquanto esteve fora dos gramados por lesão no primeiro semestre de 2008, os nerazzurri deixaram a Roma alcançá-los na tabela, ameaçando o terceiro título seguido na Serie A. A decisão ficou para a última rodada, quando Ibra voltou a jogar, entrando no segundo tempo. Mesmo ainda em recuperação, marcou os dois gols da vitória interista - o primeiro deles dez minutos após ter entrado - sobre o Parma, que garantiu o tri.[5]
Foi novamente o grande destaque da Inter na temporada 2008/2009, em que o time terminou tetracampeão por antecipação, igualando-se aos 17 títulos do rival Milan no campeonato. Embora o clube tenha novamente fracassado na Liga dos Campeões da UEFA, o sueco eslavo teve outro motivo para comemorar: conseguiu pela primeira vez a artilharia de um torneio, no campeonato.
[editar] Barcelona
No dia em que marcou seu primeiro gol pelo Barcelona, contra o Sporting Gijón.
Os seguidos fracassos da Inter na Liga dos Campeões da UEFA, entretanto, deixavam-no insatisfeito, diminuindo suas chances de ser reconhecido oficialmente entre os melhores do mundo. Em julho de 2009, Ibrahimović acertou então sua ida para o recém-campeão do torneio, o Barcelona, em uma troca com dois jogadores dos blaugranas, Samuel Eto'o e Alyaksandar Hleb. Na negociação, o clube espanhol desembolsou cerca de €68 milhões: pagou €45 milhões à Inter, cedeu os direitos federativos do camaronês (€20 milhões) e o empréstimo do bielorrusso por uma temporada (posteriormente, Hleb optaria por ir ao Stuttgart, obrigando o Barça pagar mais €3 milhões).[16].
Marcou seu primeiro gol pelo clube catalão em 31 de agosto de 2009, quando o Barcelona venceu o Sporting Gijón por 3 a 0. Ibra manteve boa média de gols e não decepcionou em seu primeiro clássico contra o galático Real Madrid: substituiu Thierry Henry no decorrer da partida e em um minuto marcou o gol da vitória por 1 x 0 que fez o Barça ultrapassar o rival na liderança da Liga Espanhola[17].
Apesar da boa média de gols e por ter conquistado o título espanhol, sua primeira temporada acabaria ofuscada, não demonstrando no Barcelona o mesmo protagonismo que exercia na Inter de Milão, papel que coube ao colega Lionel Messi, eleito o melhor do mundo no período. Para piorar, na Liga dos Campeões da UEFA, o Barcelona acabaria eliminado justamente pela Inter - que, ainda por cima, conseguiria ser campeã na primeira tentativa sem o sueco, no torneio que ele tanto almeja conquistar. A contratação de David Villa seria outro golpe para Ibra, que já tinha de disputar posição com a revelação Pedro, alimentando rumores oficializados de negociações para um retorno à Milão, desta vez para defender o Milan.[18]
Ao chegar no Milan, Ibrahimović tornou-se um dos poucos a ter atuado pelos três grandes clubes italianos.
[editar] Milan
Os rumores confirmaram-se no dia 28 de agosto de 2010, com o Barcelona chegando a um acordo com o Milan, emprestando o sueco ao time italiano por um ano, com opção de compra por 24 milhões de euros (cerca de 55 milhões de reais),[19] satisfazendo o antigo desejo do clube rossonero (onde vem atuando com a camisa 11) em tê-lo. Ibra, que assim entrou para o grupo dos jogadores dos três grandes times do futebol italiano.
Apesar de uma estreia decepcionante, onde chegou a perder pênalti,[20] recuperou-se e vem se mostrando peça-chave do time rossonero, tendo um de seus melhores momentos em reencontro contra a Inter: marcou o gol da vitória, que ainda por cima colocou os milanistas na liderança.[21] No meio da temporada, chegou a declarar que pensa em aposentar-se dos gramados em junho de 2014; ele estaria com 33 anos e ao fim de seu contrato com o Barcelona, detentor de seu passe. "O jogador deve parar quando está no seu auge", justificou.[22] A data planejada incluiria eventual participação sueca na Copa do Mundo de 2014.
[editar] Seleção nacional
Pela seleção sueca, num amistoso antes da Copa do Mundo 2006
Estreou pela Suécia em 2001, quando estava no Ajax, em partida contra as Ilhas Faroe.[6] Seu primeiro gol foi contra o Azerbaijão, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2002.[6] Foi ao mundial ainda desconhecido do grande público, entrando em campo apenas nas oitavas-de-final, quando os nórdicos foram eliminados pela sensação Senegal.[9]
A Euro 2004, realizada em Portugal, acabou por ser a rampa de lançamento definitiva para a carreira de Zlatan, que assombrou o mundo com um gol de calcanhar no jogo contra a Itália,[23] numa competição onde foi revelação. Dois anos depois, foi também à Copa do Mundo de 2006, agora consagrado por um bicampeonato italiano na Juventus e grande astro do selecionado, à frente de Henrik Larsson, que o deixara na reserva na Copa do Mundo de 2002.
Entretanto, os escandinavos realizaram um mundial irregular. Pelo grupo B, não passaram de um decepcionante empate em 0-0 contra Trinidad e Tobago, uma difícil vitória por 1-0 contra o Paraguai, com o único gol do jogo marcado por Fredrik Ljungberg, aos 89 minutos. Fecharam a fase de grupos e empatando em 2-2 ainda com a Inglaterra, resultado que garantiu a classificação sueca na segunda colocação do grupo. Nas oitavas-de-final, foram eliminados pela anfitriã Alemanha. Ibrahimović saiu da Copa como uma das maiores decepções individuais do torneio,[23] sem ter marcado gols nem jogado o que se esperava dele.
Ibrahimović pouco antes da estreia sueca na Copa do Mundo de 2006, contra Trinidad e Tobago.
Na Euro 2008, Ibra marcou na vitória contra a Grécia e empatara o jogo contra a Espanha em 1 x 1, mas os futuros campeões conseguiram a vitória nos acréscimos. Mesmo assim, levou críticas,[24] a despeito de ter ido lesionado ao torneio. Na última rodada, pouco pôde fazer contra os determinados russos, adversários diretos na luta pela segunda vaga, e que venceram por 2 x 0.
Pela Suécia na Copa 2006, no jogo em que o país foi eliminado pela Alemanha.
A falta de bons resultados da Suécia tendo ele como a grande estrela prosseguiu, com o país sequer classificando-se para a Copa do Mundo de 2010. Isso fez com que ele, semanas após a eliminação, anunciasse renúncia temporária à Seleção,[25] atitulde revista por ele seis meses depois, quando declarou-se disposto a voltar a jogar por seu país.[26]
[editar] Além dos gramados
Na infância era um grande rebarbado e um de seus ídolos futebolísticos era Marco van Basten, com quem passou a ser comparado.[9] O maior deles, entretanto, era o brasileiro Ronaldo, cujos pôsteres enfeitavam o quarto do sueco;[9] em famoso vídeo que circulou na Internet, Zlatan aparece vidrado de admiração no ídolo antes de um clássico entre Inter e Milan (onde jogava o brasileiro à época).[5]
Em seu corpo, possui tatuagens com os nomes de seus pais e de seus dois filhos (Maximilian e Vincent), com suas respectivas datas de nascimento. E também seu sobrenome em árabe, إبراهيموفتش.[4] O sobrenome Ibrahimović, herdado de seu pai, muçulmano,[4][5] deriva do nome árabe Ibrahim.
Devido às origens de seus pais, Ibrahimović poderia ter optado também por defender as Seleções Croata e Bósnia. Seu ex-colega de seleção sueca, Teddy Lučić, também possui origem croata. Outro ex-colega (e ídolo) seu do selecionado com raízes na antiga Iugoslávia, e também nascido em Rosengård, em Malmö, é Yksel Osmanovski (de origem macedônia). Daniel Majstorović (também nascido em Malmö), com quem foi à Euro 2008, tem origens sérvias.
Ibra também possui origem cigana.[27] Na Inter, chegou a ser colega de outro cigano, o português Ricardo Quaresma.
Ibrahimović participando de projeto do UNICEF no Brasil com o ator sueco Mikael Persbrandt, em 2005.
[editar] Títulos
Ajax
* Eredivisie: 2001-02 e 2003-04
* Copa KNVB: 2001-03
* Johan Cruijff Schaal: 2002
Internazionale
* Serie A: 2006-07, 2007-08 e 2008-09
* Supercoppa Italiana: 2006 e 2008
Barcelona
* La Liga: 2009-10
* Supercopa de España: 2009 e 2010
* UEFA Supercup: 2009
* Copa do Mundo de Clubes da FIFA: 2009
[editar] Prêmios individuais
* Melhor jogador da Serie A: 2008
* Melhor jogador estrangeiro da Serie A: 2005 e 2008
* Autor do gol do ano na Serie A: 2008
* Jogador sueco do ano: 2005, 2007, 2008, 2009 e 2010
* Atleta sueco do ano: 2007
* Equipe do ano da UEFA: 2007 e 2009
[editar] Artilharias
* Serie A: 2008-09 (25 gols)
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